Hebraica Rio comemora 71 anos investindo no esporte

09/06/2023 15h35 - Atualizado em 10/06/2023 às 00h00

Um clube histórico e muito emblemático para o carioca. Plantado em um dos bairros mais desejados da cidade, que reúne desde os descolados da São Salvador até a aristocracia que mora aos pés da subida do Corcovado, a história do clube Hebraica Rio se funde aos encantos e ao caos do trânsito das Laranjeiras. E, se há tempos, o local era conhecido apenas pela sociedade judaica e pelos eventos voltados para essa comunidade, agora é visto como um celeiro de talentos nos esportes, especialmente do Futsal, Judô e Vôlei - é lá que fica a Escolinha do Bernardinho.

 

A história da Hebraica, que comemora 71 anos em maio, tem força no esporte, que começou a realmente se profissionalizar com a chegada de Luiz Mairovitch à presidência, em 2008, e, de lá pra cá, o clube expandiu a atuação para diversos esportes. “Sempre acreditei que investir em esportes seria fundamental para a projeção da Hebraica. Antes da minha chegada, o clube já tinha bastante reconhecimento no futsal carioca Inclusive, havia descoberto outros atletas do esporte, como o Juan, ex-zagueiro do Flamengo. Mas, ainda assim, não havia o interesse de transformar o clube em um celeiro de novos atletas de diferentes esportes e até mesmo o futsal estava parado no clube”, comenta.
 

Mairovitch, então, começou uma campanha para transformar a Hebraica em um símbolo de esportes, para que as pessoas associassem o clube não apenas a um local para a prática de determinadas modalidades, mas que vissem como um lugar onde o esporte é realmente levado à sério. “Eu sempre acreditei no potencial da Hebraica, que poderíamos ir além das aulas ‘comuns’. Então, trouxe a Escola de Vôlei do Bernardinho, o judô, aulas de tênis de mesa, patinação artística, tênis de mesa e, finalmente, consegui retornar com o futsal, trazendo turmas de base para crianças a partir dos 7 anos, depois vieram as aulas de acrobacias aéreas, patinação artística etc”, lembra.


Outro dado interessante em relação aos esportes na Hebraica é que, ao contrário do que acontece com a maioria dos clubes, quem frequenta o local não é apenas quem mora no entorno, nem somente pessoas da comunidade judaica. O local se tornou uma espécie de referência para quem quer praticar esportes em todo o Rio. “Nossa missão é ser berço para atletas de diferentes modalidades esportivas. Queremos ver nossos atletas brilharem”, lembra Mairovitch.
 

E o investimento em esportes do clube não fica apenas nos associados e alunos pagantes. Luiz acredita tanto na força dos esportes que investe pesado em programas gratuitos para jovens que moram no entorno e não podem pagar pelas aulas. Um exemplo é o Projeto de Judô Solidário. “Como sabemos, nem todas as pessoas têm meios financeiros para fazer aulas e cursos. Por isso, lançamos esse projeto , que reúne de crianças e jovens de escolas públicas do entorno do clube”, comenta Luiz. A ideia partiu de Mairovicth e de Emídio Ulisses, coordenador de Judô e Jiu-Jitsu do clube. “Sabemos como o esporte, especialmente se começado desde cedo, é fundamental para o bem-estar das pessoas. Temos na Hebraica alunos de todas as idades e percebemos que, quanto mais jovens iniciam nos esportes, mais estimulados ficam em todos os sentidos, não apenas para algo voltado para a atividade física. Nos estudos também são observados melhores resultados”, explica Emídio. E Luiz complementa: “Queremos levar esse projeto para outras modalidades, e inclusive temos um projeto ainda mais antigo com comunidades da região na Escolinha de Vôlei. Nosso Projeto Esporte Solidário só cresce e assim colaboramos para um futuro melhor para toda a sociedade”. Neste projeto, os alunos treinam nas dependências do clube sem pagar nenhuma mensalidade pelas aulas – e algumas, inclusive, já estão competindo. “Percebemos o enorme número de crianças e adolescentes que não têm a oportunidade de se tornar grandes atletas apenas pela questão do investimento financeiro no esporte, mas possuem habilidade para tanto. Certamente alguns campeões vão sair desse grupo”, complementa Emídio. A escolha dos participantes do projeto obedece alguns critérios, como apresentar histórico escolar com notas dentro da média. Além disso, os alunos são condicionados a participar de todos os eventos para os quais forem convocados para representar o clube.

Entre as novidades ligadas ao esporte, está o lançamento de um novo ringue, para ampliar a gama de artes marciais, como Boxe, Muay Tay, Luta Livre, MMA, entre outras lutas, além de workshops de defesa pessoal.